Este blog é dedicado a todos os amantes da Natureza e ao público em geral. Mas principalmente aqueles que se interessam pelo fascinante mundo dos Lepidópteros (Borboletas). Além de tudo, este blog é um guia onde o leitor poderá conhecer e identificar as mais variadas espécies de borboletas existentes um pouco por todo o mundo.

domingo, 28 de maio de 2023

BORBOLETAS, UM REFLEXO COLORIDO DA PERDA DE BIODIVERSIDADE


Garridas e esvoaçantes, as borboletas são dos insectos mais facilmente reconhecidos pelo olho humano e são também uma das melhores formas de identificar a perda de biodiversidade. Particularmente sensíveis às alterações climáticas, as borboletas são excelentes indicadores da qualidade dos habitats naturais e da diversidade – e estão cada vez mais ameaçadas.
As borboletas (e os insectos) estão a desaparecer, e as alterações climáticas são um dos ingredientes que entram para a equação do seu declínio. Na Alemanha, os estudos feitos ao longo dos últimos anos revelam números alarmantes: um deles mostra que, em 27 anos, desapareceram 75% dos insectos voadores que existiam em reservas naturais. Há ainda estudos que indicam que, nas próximas décadas, cerca de 40% das espécies de insectos podem ficar extintas a nível mundial.


O que causa o desaparecimento das borboletas?

As alterações climáticas têm muitas faces e a perda de biodiversidade é “só” uma delas – as borboletas estão na linha da frente nesta batalha sem vitória à vista e servem de reflexo para os restantes insectos. Como resultado, “tem havido um aumento significativo e rápido das comunidades de borboletas europeias compostas cada vez mais por espécies associadas a temperaturas mais altas”.
Num relatório europeu que analisou as comunidades europeias de borboletas entre 1990 e 2009, dava-se conta de que “as borboletas não estão a acompanhar o passo das alterações climáticas”. E que, a longo prazo, é mais provável que as oscilações no número de borboletas se dêem por causa das alterações climáticas – e não devido às mudanças habituais de clima (que, de ano para ano, era ora mais frio, ora mais quente, com mais ou menos chuva), como acontecia até agora.



Quantas espécies há em Portugal e no mundo?



Estão ameaçadas?

Saber quantas borboletas estão extintas é “muito difícil, se não mesmo impossível” – uma espécie só está oficialmente extinta quando não existem quaisquer dúvidas de que o último indivíduo desapareceu, o que pode levar anos a provar.
Em Portugal, cerca de 7% das espécies de borboletas diurnas estão ameaçadas. Segundo a Lista Vermelha das Borboletas da Europa, quase 9% das espécies estão ameaçadas a nível europeu – mas a organização Butterfly Conservation Europe alerta que estas são “estimativas a apontar para baixo”, já que há países que não têm muitos dados sobre as borboletas. Em Portugal, só em 2019 arrancou um projecto de monitorização de borboletas em que todos podem participar, uma espécie de “censos das borboletas”.



A polinização de flor em flor

Tal como as abelhas, as borboletas são embaixadoras da biodiversidade e são sobretudo importantes para o ambiente por serem polinizadoras: com a sua espirotromba, alimentam-se de néctar, “uma espécie de recompensa das plantas, cuja única função é atrair estes insectos polinizadores”, e voam de flor em flor, transportando o pólen no seu corpo coberto de pêlos. A polinização consiste no transporte de pólen para que as flores sejam fecundadas — este transporte pode ser feito através do vento, das aves, do homem ou dos insectos. Não havendo polinização ou dispersão de sementes, o desaparecimento das borboletas e de outros polinizadores afectaria as cadeias alimentares e levaria à extinção de grande parte das plantas com flor (angiospérmicas).



Borboletas ausentes, presentes e extintas...

O projecto Able – Assessing Butterflies in Europe (Avaliar as Borboletas na Europa) disponibiliza uma base de dados com registos das borboletas presentes noutros países em que se pode ver a distribuição das espécies pela Europa, em 46 locais (incluindo Madeira e Açores): pode ver-se se as borboletas existem num país, se só são vistas de vez em quando ou se foram declaradas extintas. A categoria “ausente” não é necessariamente uma coisa má: tal como nos restantes animais, há espécies que, naturalmente, não existem em certas regiões.

Salva da extinção



A borboleta Phengaris arion foi identificada pela primeira vez em 1758 e, em 1979, foi declarada extinta no Reino Unido (tal como aconteceu na Bélgica e na Holanda) – os coleccionadores, a poluição do ar e os insecticidas foram apontados como causas prováveis. Através de métodos de conservação, foi reintroduzida na natureza (utilizando borboletas vindas da Suécia), mas continua a estar em risco de extinção. Esta borboleta está presente por toda a Europa, mas não existe em Portugal.


Fonte: https://www.publico.pt/


domingo, 21 de maio de 2023

TRIGONOPHORA FLAMMEA - (Esper, 1875)


. Características: A Trigonophora flammea é uma mariposa que pertence á família Noctuidae. As suas asas anteriores apresentam um padrão variegado, em tons de castanho-acinzentado, por vezes com tonalidades ou reflexos arroxeados, marcas negras e uma mancha de cor branco-creme em forma de clave ou de L, que se destaca no centro da asa. As asas posteriores são branco-acinzentadas. Ambos os sexos são idênticos e a sua envergadura varia entre os 4,5 e os 5,2 cm de comprimento.


. Habitat: Pode ser encontrada em clareiras e margens de florestas, matagais, prados e parques. Distribui-se pela Europa principalmente pela zona do Mediterrâneo.

. Período de voo: Voa entre fins de Setembro, Outubro e Novembro, numa geração.











. Alimentação: A lagarta pode apresentar duas formas, pode ser castanha com minúsculos pontos brancos ou verde. A lagarta é polífaga e por isso, alimenta-se de várias espécies de plantas, entre as quais; Cytisus scoparius; Ficaria verna; Fraxinus excelsior; Ligustrum vulgare; Prunus spinosa; Quercus ilex; Rumex e Urtica. Na fase da metamorfose a lagarta procura um local seguro para se transformar em pupa, por entre raízes e folhas secas ou então enterra-se no solo.  







. Observação importante: Existem 5 espécies do género Trigonophora.





domingo, 14 de maio de 2023

ZYGAENA OCCITANICA - (Villers, 1789)


. Características: Esta pequena mariposa pertence á família Zygaenidae. As suas asas anteriores são de cor negra com reflexos azuis-escuros metalizados e apresenta cinco manchas vermelhas que são contornadas a branco. Também na zona apical possui uma mancha branca em forma de meia-lua, o que a distingue das outras espécies da sua família. As asas posteriores são vermelhas contornadas a negro nas extremidades. Entre a cabeça e o tórax, possui uma estreita faixa branco-creme. O tórax e o abdómen são azul-negro metalizados, com uma faixa vermelha no abdómen. As suas antenas negras são bastante compridas e clavadas nas extremidades, característica comum nesta família. Ambos os sexos são idênticos e a sua envergadura varia entre os 2,6 e os 3 cm de comprimento.


. Habitat: Pode ser encontrada em prados e pastagens secas, encostas rochosas montanhosas, matagais e leitos de rios secos. Distribui-se pela Península Ibérica desde Portugal, Espanha, Itália, até às partes orientais das montanhas da Cantábria , depois para o sul da Rússia e Cáucaso e de leste para a orla ocidental da Ásia Central.

. Período de voo: Como todos os membros da sua família, esta espécie também é activa durante o dia. Voa entre Julho e Agosto.












. Alimentação: A lagarta é verde-acinzentada e possui o corpo coberto por pequenos pelos. Apresenta uma dupla linha de cor preta e branca com pequenas pintas amarelas entre os segmentos do corpo na zona lateral do dorso. Alimenta-se de plantas da família Fabaceae, entre elas estão; Dorycnium pentaphyllum, Anthyllis cytisoides, Lotus creticus. Na fase da metamorfose a lagarta tece um casulo de seda num caule ou folha da planta hospedeira, no interior do qual se irá transformar em pupa e mais tarde irá emergir o adulto.











. Observação importante: O colorido brilhante das suas asas é um aviso para os predadores de que possui substâncias tóxicas no seu organismo. Existem cerca de 1000 espécies do género Zygaena.






domingo, 7 de maio de 2023

AXIA MARGARITA - (HUBNER, 1813)


. Características: Esta pequena mariposa pertence á família Cimeliidae. As suas asas anteriores são de cor rosa-salmão, com uma faixa submarginal amarelo-dourada, e pequenas manchas branco-prateadas. As asas posteriores são branco-acinzentadas com as margens contornadas a rosa pálido. A fêmea distingue-se do macho pelas asas posteriores que são mais escuras. A sua envergadura varia entre os 2,6 e os 3 cm de comprimento.




. Habitat: Habita encostas secas e rochosas, com vegetação rasteira. Está distribuída pela Península Ibérica desde Portugal, Espanha, França, Itália, Croácia, Eslovénia e também Marrocos no norte de África.

. Período de voo: Voa de Abril até Outubro, em duas gerações. 






. Alimentação: A lagarta é verde e nos últimos instares do seu desenvolvimento torna-se rosada na parte inferior do corpo. Alimenta-se de plantas da família Euphorbiaceae, como Euphorbia duvalii e Euphorbia angulata. Na fase da metamorfose a lagarta transforma-se em pupa no solo, geralmente perto da sua planta hospedeira.






. Observação importante: A crisálida hiberna nos meses de Inverno. Existem 5 espécies do género Axias.