. As florestas tropicais do Sudeste Asiático são uma das áreas de maior biodiversidade do planeta. Por causa das mudanças climáticas e do alto índice de desflorestamento, entre outros, também são das mais vulneráveis.
No entanto, pesquisadores poloneses redescobriram uma borboleta na Malásia que antes era conhecida apenas por um espécime de museu com 130 anos colectado na Indonésia.
A "asa transparente azul oriental" ( Heterosphecia tawonoides ) foi redescoberta no Parque Nacional Taman Negara, na Malásia, por Marta Skowron Volponi, uma Ph.D. estudante da Universidade de Gdansk na Polónia e principal autora de um artigo sobre a borboleta publicado na revista Tropical Conservation Science .
O género Heterosphecia ( Le Cerf, 1916), que inclui oito espécies, ocorre do sul da Índia a Sumatra e Bornéu; no entanto, é conhecido apenas por vários registos. Assim, o seu estado de conservação é actualmente desconhecido. Heterosphecia tawonoides foi descrita em 2003 com base num espécime único colectado em Sumatra (Indonésia) em 1887 (local exacto desconhecido) e mantido no Museu de História Natural de Viena. Portanto, é uma "espécie perdida", como as definidas pela Global Wildlife Conservation, uma organização que junto com mais de 100 grupos de especialistas da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN estabeleceram um projecto intitulado "The Search for Lost Species" com o objectivo de redescobrir e proteger espécies que não eram vistas há muitos anos. H. tawonoides foi observada em 2013, 2016 e 2017 nas florestas tropicais da Península da Malásia.
Quando Skowron Volponi encontrou pela primeira vez a "asa transparente azul oriental" e notou o brilho azul das asas da mariposa, e as suas escamas azuis metalizadas, ela soube imediatamente que a descoberta era única.
As borboletas "Clearwing" ou de asas transparentes, são conhecidas pela sua aparência que imitam as abelhas, e a (Heterosphecia tawonoides) oriental não é exceção. Elas têm pernas como as das abelhas, faixas azuis brilhantes nos seus abdómens (as abelhas no sudeste da Ásia podem ter uma variedade de cores, incluindo o azul) e corpos peludos que lembram os das abelhas - embora o “pelo” das borboletas seja, na verdade, escamas alongadas. Esta espécie evoluiu de tal forma, que além da sua aparência consegue até voar em ziguezague e zumbir como uma abelha.
"Esta é uma daquelas redescobertas que nos lembra o quanto incrível e fascinante é o nosso mundo selvagem e nos dá a oportunidade única de aprender sobre uma espécie que de outra forma estaria condenada à obscuridade no recanto de um museu", Don Church, presidente A ONG Global Wildlife Conservation, sediada nos Estados Unidos, disse num comunicado. "Agora temos a oportunidade de desvendar os mistérios desta espécie e ajudar a encontrar soluções para protegê-la" referiu Volponi.
Confira o vídeo abaixo registado numa destas expedições!
