Este blog é dedicado a todos os amantes da Natureza e ao público em geral. Mas principalmente aqueles que se interessam pelo fascinante mundo dos Lepidópteros (Borboletas). Além de tudo, este blog é um guia onde o leitor poderá conhecer e identificar as mais variadas espécies de borboletas existentes um pouco por todo o mundo.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

QUEDA NO NÚMERO DE INSECTOS AMEAÇA CAUSAR "COLAPSO NA NATUREZA"



Cerca de 40% das espécies de insectos estão ameaçadas de extinção. Isto pode ter consequências sérias para o ecossistema.

Os insectos são, de longe, os animais mais comuns do planeta. Mais de 1,5 milhão de espécies de insectos já foram catalogadas – três vezes mais do que o número de espécies de outros animais. Esse total está longe de representar todos os insectos que, de fato, existem na natureza, mas nunca foram estudados.
Esta abundância pode parecer inabalável, mas está seriamente ameaçada. De acordo com um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Sidney e da Academia Chinesa de Ciências Agrárias (CAAS), os insectos estão perigosamente a caminhar para a extinção, o que pode levar a um “colapso catastrófico dos ecossistemas da natureza”.
Para chegar a estas conclusões alarmantes, os cientistas analisaram 73 pesquisas de longo prazo sobre o declínio de insectos ao redor do mundo. Eles concluíram que mais de 40% das espécies de insectos estão a sofrer quedas populacionais num ritmo constante. O intervalo de tempo que uma espécie de insecto, em média, leva para ser extinta é oito vezes menor do que a dos mamíferos, aves e répteis. Ou seja: eles estão a desaparecer 8 vezes mais rápido.
Nos últimos 30 anos, a massa total de insectos tem diminuído numa taxa de 2,5% ao ano. O ritmo é mais acelerado do que parece: se a mesma taxa permanecer por um século, não restará uma única espécie de insecto daqui a 100 anos.
O problema, é claro, impacta o ser humano directamente. É comum olhar para estes bichinhos como pragas, mas a importância ecológica deles é imensurável, além de serem os principais polinizadores da natureza, eles ajudam a fertilizar o solo e mantém a população de certas pragas sob controle. Apesar de subvalorizados no seu papel na cadeia alimentar, eles são a única fonte de alimento para muitos anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Isso sem mencionar as substâncias úteis do dia produzidas por eles, como mel, seda, cera e laca. A pesquisa aponta as causas principais para a queda constante no número de insectos como: a perda de habitat graças à agricultura intensiva e urbanização, poluição, principalmente por pesticidas e fertilizantes sintéticos, e outros factores biológicos, incluindo o contacto com patógenos e espécies exóticas. 
As mudanças climáticas também se destacam como um dos principais impulsionadores deste problema. O relatório observa como o aumento das temperaturas globais já reduziu as áreas em que libélulas, moscas de pedra e abelhas são capazes de atuar como polinizadoras. À medida que as temperaturas globais continuam a subir, o problema afeta mais as espécies que vivem em regiões tropicais, onde o clima pode rapidamente se tornar intolerável para estes bichos.
As Borboletas estão entre os insectos mais atingidos: de 733 espécies que voam durante o dia, 85% passaram por declínios significativos desde 1980. Um exemplo que a pesquisa traz é o número de espécies de borboletas generalizadas que diminuiu 58% em terras cultivadas na Inglaterra entre 2000 e 2009.
“A conclusão é clara: a menos que mudemos as nossas formas de produzir alimentos, os insectos como um todo irão percorrer o caminho da extinção em algumas décadas”, dizem os autores no estudo.




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