Este blog é dedicado a todos os amantes da Natureza e ao público em geral. Mas principalmente aqueles que se interessam pelo fascinante mundo dos Lepidópteros (Borboletas). Além de tudo, este blog é um guia onde o leitor poderá conhecer e identificar as mais variadas espécies de borboletas existentes um pouco por todo o mundo.

domingo, 28 de outubro de 2012

A BORBOLETA MAIS PEQUENA DO MUNDO


PIGMEU AZUL OCIDENTAL
Brephidium Exilis (Boisduval, 1852)





















. Uma das borboletas mais pequenas do mundo, é a Pigmeu Azul Ocidental ou (Brephidium exilis). Esta borboleta diurna de reduzidas dimensões, pertence á família Lycaenidae. Tem uma envergadura de asas que não ultrapassa os 5 ou 7 mm. As suas asas na parte superior são de cor castanha e que se vão tornando azuis mais perto do corpo. Na face inferior são metade cinza e metade castanho, com tracejados igualmente cinza, e nas asas posteriores alguns pontos negros com quatro ocelos na margem das asas.

Habitat: Esta espécie pode ser encontrada em áreas costeiras, pântanos e desertos do Norte da América, Central e parte da América do Sul.



                . Lagarta da Brephidium exilis.


                 . Crisálida cingulada prestes a emergir.


 

 
. Nesta imagem é possível comparar o seu reduzido tamanho com um dedo.




. Pequeno vídeo da Pigmeu Azul Ocidental no seu meio natural.





domingo, 21 de outubro de 2012

AS MAIORES BORBOLETAS DO MUNDO

 
. De todas as espécies de borboletas existentes no mundo, três se destacam e disputam o título da maior borboleta do mundo. Por um lado está a borboleta Atlas, que habita as selvas do sudeste asiático, desde o sul da China até á Indonésia. Por outro, a borboleta Imperador, nativa da América Central e do Sul. Ambas são borboletas nocturnas. Entre as borboletas diurnas destaca-se a Rainha Alexandra, das selvas do extremo oriental da Nova Guiné.


BORBOLETA ATLAS
Attacus atlas (Linnaeus, 1758)

























. A borboleta Atlas (Attacus atlas), é uma espécie nocturna de grandes dimensões e pertence á família dos Saturnídeos (Saturnidae). Habita as florestas tropicais e subtropicais do sudeste asiático, sul da China, ao longo do arquipélago malaio, Tailândia e Indonésia. Tem uma envergadura que atinge os 25 a 30 cm, e é considerada uma das maiores do mundo. As fêmeas, maiores que os machos, são fracas voadoras. Quando emergem da crisálida, procuram um lugar elevado e próximo, onde emitem feromonas para atrair os machos. Estes podem detectá-las a vários quilómetros de distância. Estas borboletas vivem poucos dias, pois carecem de espiritromba e não podem alimentar-se, por isso, só lhe restam algumas reservas acumuladas enquanto lagartas e a única função após eclodirem, é o de acasalarem para continuar a espécie.
 



Na Índia as borboletas Atlas são criadas em cativeiro pela sua seda de cor castanha e que se parece com a lã. As lagartas só produzem fios curtos, mas esta seda é de grande durabilidade e é conhecida como fagara. Os casulos são utilizados em Taiwan como porta-chaves.


BORBOLETA IMPERADOR

Thysania agrippina (Cramer, 1776)
















. A borboleta Imperador é outra borboleta nocturna de grandes dimensões e pertence á família dos Noctuídeos (Noctuidae). A envergadura das suas asas ultrapassa por vezes os 30 cm, tornando-a assim uma das maiores, se não a maior borboleta nocturna do mundo. Tem um voo potente e é fácil de confundi-la com um morcego ou um pássaro. Devido ao seu grande porte tem problemas de defesa, por isso utiliza o delicado padrão das asas como camuflagem nos troncos das árvores.





Por vezes aproxima-se das casa atraída pelas luzes e certas povoações supersticiosas atribuem-lhe mau presságio. Encontra-se na América Central e do Sul. Apesar da ampla área de distribuição e do seu tamanho, pouco se conhece acerca desta espécie.


RAINHA ALEXANDRA (asa-de-pássaro)

Ornithoptera alexandrae (Rothschild, 1907)


















. A Rainha Alexandra ou (Ornithoptera alexandrae) é uma espécie endémica das florestas de Papua-Nova Guiné. Pertence á família dos Papilionídeos e é a maior espécie diurna existente. As fêmeas são maiores que os machos, têm asas castanhas com manchas brancas e um corpo de cor creme com uma pequena mancha vermelha no seu toráx. As suas asas atingem uma envergadura superior a 27 cm, e já foram encontrados espécimes com 31 cm. O corpo tem um comprimento de 8 cm e uma massa corporal de até 12 gramas.
Os machos por sua vez, são mais pequenos e mais vistosos, com asas marcadamente arredondadas e com uma envergadura que chega aproximadamente aos 20 cm. As suas asas são de cor acastanhada que se mistura com manchas iridescentes azuis e verdes. Possui ainda um abdómen de cor amarelo vivo. Estas borboletas são boas voadoras, e estão activas sobretudo ao amanhecer e entardecer. Alimentam-se do néctar das flores que crescem a grande altura na abóbada da selva. Os machos são territoriais e são capazes de expulsar pequenos pássaros dos seus territórios.





A espécie foi nomeada em 1907 pelo barão Lionel Walter Rothschild, em honra á rainha Alexandra, esposa do rei Eduardo VII do Reino Unido. O primeiro europeu a descobrir a espécie foi Albert Stewart Meek, em 1906, um colector utilizado por Lionel para colectar espécimes para a história natural de Papua-Nova Guiné. Embora o primeiro espécime tenha sido infelizmente capturado com a ajuda de uma de uma espingarda de pequeno porte, Albert logo descobriu as lagartas da borboleta e criou os primeiros espécimes. Esta espécie encontra-se ameaçada de extinção devido á destruição do seu habitat florestal e da actividade dos colectores.





 

domingo, 14 de outubro de 2012

BORBOLETA-DA-COUVE


PIERIS BRASSICAE (Linnaeus, 1758)

. Características: A borboleta da couve (Pieris brassicae) é um insecto que pertence á família Pieridae. As asas atingem uma envergadura de 4 a 6,5 cm, sendo o maior representante da família a que pertence, podendo mesmo ser facilmente reconhecida durante o voo. As fêmeas possuem uma mancha e duas pintas negras nas asas anteriores, enquanto os machos não possuem pintas. Nas fêmeas fêmeas a face inferior das asas é amarelada, sobressaindo mais na 2ª geração.

Habitat: É uma espécie que se encontra distribuída por quase toda a parte. Nos campos, em grandes cidades, jardins, hortas etc. Muitas alimentam-se nos campos cultivados, sendo por isso, consideradas verdadeiras pragas pelos agricultores que se dedicam á cultura das várias espécies de brássicas como a couve.

Zona de multiplicação: Encontra-se na Europa até 62º graus latitude. Aparece raramente no Norte e com frequência no Sul. Nas montanhas até aos 2000 mil metros de altitude.

Frequência: É  considerada uma das borboletas mais abundante, aparecendo em grande quantidade na maior parte dos anos. Nessa altura milhares de borboletas da couve invadem os campos da Europa e lançam-se em grandes grupos em direção ao sul, até ao Norte d África, onde vivem outras populações. A primeira geração origina poucos exemplares. O aumento de borboletas existentes resulta da 2ª e 3ª gerações. Nos anos de maior proliferação, as lagartas são frequentemente atacadas pelo parasita Apanteles glomeratus. A depredação é por vezes tão intensa que a população local se extingue por completo. Contudo, restablece-se rápidamente com a chegada de novas borboletas imigrantes.

Período de voo: Reproduz-se em duas ou gerações. A 1ª voa de meados de Abril até princípios de Junho. A 2ª geração de meio de Julho até ao fim de Agosto. A 3º de Setembro a Outubro.


                                . Macho de Pieris brassicae.


                                . Fêmea de Pieris brassicae.

Período larvar: A 1ª geração de Agosto a Outubro, 2ª de Junho a Julho e a 3ª em Setembro. A crisálida hiberna na 3ª geração.


                        . Crisálida cingulada. 


                  . Lagartas devorando as folhas de uma couve.

Alimentação: Esta espécie prefere as couves. Por isso, tem-se tentado exterminar esta espécie daninha com produtos químicos. Mas  investigações desenvolvidas nesse campo demonstraram que ela resiste cada vez mais aos venenos. Por causa deste «massacre» contra esta espécie, esta desloca-se por um curto espaço de tempo para regiões mais elevadas. Apesar de tudo continua a ser uma espécie muito abundante. Alimenta-se também de crucíferas, como a mostarda-dos-campos e saramago.

Generalidades: Por ser migradora esta espécie outrora não aparecia com tanta frequência, pois não existiam as extensas culturas que se encontram hoje em dia. Começaram a multiplicar-se em quantidade a partir da altura em que o homem aumentou a área ocupadas por hortas. Estava assim criado «o paraíso» das lagartas desta espécie que se tornou uma praga. É uma das poucas espécies cuja sobrevivência ainda não preocupa o homem, não só utiliza as culturas para se multiplicar em massa como também o seu ciclo de vida tem duração de apenas algumas semanas.