Este blog é dedicado a todos os amantes da Natureza e ao público em geral. Mas principalmente aqueles que se interessam pelo fascinante mundo dos Lepidópteros (Borboletas). Além de tudo, este blog é um guia onde o leitor poderá conhecer e identificar as mais variadas espécies de borboletas existentes um pouco por todo o mundo.

domingo, 19 de agosto de 2018

GÉNERO MORPHO



. Morpho é um género de borboletas predominantemente azuis, classificadas na família Nymphalidae. A aparência distinta destas borboletas torna-as em certa parte, facilmente reconhecíveis devido ao seu colorido iridescente, pois apresentam azuis, violeta e verdes, de um brilhante tom metálico. Estas cores não se formam por pigmentação mas sim por iridescência através de coloração estrutural: as escamas microscópicas que compõem as suas asas reflectem repetidamente a luz incidente em várias camadas sucessivas, criando efeitos de interferência que dependem em ambos o comprimento de onda e ângulo de incidência/observação. Deste modo, as cores produzidas variam com o ponto de observação, contudo, são consideravelmente uniformes, talvez porque as suas escamas estão estruturadas como tetraedros, ou talvez devido a difracção nas camadas celulares inferiores. A estrutura lamelar das asas destas borboletas foi estudada como modelo para o desenvolvimento de tecido bio-mimético, tintas sem corantes e tecnologia anti-falsificação para uso em notas.
As lamelas iridescentes estão presentes apenas na parte superior das asas, deixando a parte inferior predominantemente castanha. Essa mesma parte está decorada com regiões circulares maioritariamente escuras denominadas de ocelos. Em alguns membros do género, como Morpho godarti, as lamelas dorsais são tão brilhantes que os ocelos podem ser vistos através delas. Embora nem todas as borboletas morpho exibam cores iridescentes, todas elas têm ocelos. Na maioria das espécies apenas os machos são fortemente coloridos, o que corrobora a teoria que a coloração é usada para comunicação intra-sexual entre eles. As lamelas reflectem até 70% da luz incidente, incluindo UV. Pensa-se que os olhos destas borboletas possuem alta sensibilidade á luz ultravioleta e que deste modo os machos conseguem ver-se uns aos outros a longas distâncias. Algumas espécies sul-americanas foram reportadas como visíveis até extensões de um quilómetro.





Contudo, nem todos estes insectos são azuis, existem um número de outras espécies dotadas de laranjas-torrados, fulvos ou castanhos-escuros (Morpho hecuba, Morpho telemachus). Certas espécies são principalmente brancas, entre elas estão Morpho catenarius e Morpho laertes. Uma invulgar borboleta morpho que é fundamentalmente branca, mas que exibe um esplêndido púrpura de pérola juntamente com um verde iridescente, é a rara Morpho sulkowskyi. Algumas espécies dos Andes são pequenas e delicadas como a Morpho lympharis
Entre as que possuem azuis metálicos, a Morpho rhetenor destaca-se como a mais brilhante, com a Morpho cypris relativamente semelhante. Esta última é notável pois os espécimes que são montados em colecções exibem diferentes cores nas suas asas quando não são colocados numa posição completamente plana.
As borboletas Morpho podem ir de uma envergadura de pouco mais de 7 cm até a uns impressionantes 20 cm.

















Estas borboletas vivem nas florestas tropicais da América Central e do Sul desde o México, Costa Rica, Guiana, Venezuela e Brasil. Mas também estão adaptadas a uma larga variedade de florestas, como as florestas caducas da Nicarágua. Podem ser encontradas desde o nível do mar até aos 1400 metros de altitude.






domingo, 12 de agosto de 2018

HELICONIUS CHARITHONIA - (Linnaeus, 1767)


. Características: Vulgarmente conhecida por "Zebra asa-longa", esta borboleta pertence á família dos Ninfalídeos (Nymphalidae). As suas asas são alongadas de cor preta, com faixas oblíquas branco-creme em ambas as asas, possuindo também duas fileiras de pintas brancas junto ás extremidades das asas posteriores. A face inferior é idêntica á superior e possui quatro pontuações vermelhas na base das asas junto ao tórax. O seu corpo é fino e preto com pintas brancas na face superior do tórax. A fêmea é idêntica ao macho e a sua envergadura varia entre os 7 e os 10 cm de comprimento.


. Habitat: Habita as orlas das florestas tropicais e subtropicais, bem como prados e pastagens, margens de estrada, até aos 1800 metros de altitude. Distribui-se desde o Sul dos E.U.A, América Central e Caríbe, estendendo-se até alguns países da América do Sul como a Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia.

. Período de voo: Ao longo do ano em várias gerações. Nos meses mais quentes migra deslocando-se mais para norte. O seu voo é rápido e delicado.













. Alimentação: As lagartas são gregárias e alimentam-se em grupos na planta hospedeira. São brancas, sarapintadas por pintas castanho-escuro e o seu corpo é revestido por longos e finos espinhos negros. As patas e a base do seu corpo é castanho. Alimentam-se de plantas da família Passifloraceae entre elas estão; Passiflora suberosa, P. lutea e P. affinis. Na fase da metamorfose a lagarta tece um ponto de seda num ramo ou folha da planta hospedeira, onde se fixa de cabeça para baixo para se transformar em crisálida.














Observação importante: Ao fim do dia os adultos têm por hábito se juntar em grupos de 30 ou mais indivíduos, e pernoitar de asas fechadas debaixo da folhagem ou ramos das plantas. Os machos eclodem mais cedo que as fêmeas e a cópula ocorre muitas vezes mal as fêmeas emergem das crisálidas. Existem cerca de 39 espécies do género Heliconius.






domingo, 5 de agosto de 2018

VANESSA VIRGINIENSIS - (Drury, 1773)


. Características: Vulgarmente conhecida por "Dama-pintada americana" esta borboleta pertence á família dos Ninfalídeos (Nymphalidae). As suas asas são de cor laranja com algumas marcas ou manchas castanho-escuro, sendo a zona apical das asas anteriores negras com quatro pintas brancas. As posteriores possuem pequenas marcas pretas nas margens com pequenos pontos escuros de núcleo azul. A face inferior das asas anteriores assemelham-se as superiores mas com um tom rosado, enquanto as posteriores possuem um padrão de linhas emaranhadas e manchas acastanhadas, com dois grandes ocelos concêntricos em forma de olhos que caracterizam a espécie. A sua envergadura varia entre os 5,5 e os 6 cm de comprimento.


. Habitat: Pode ser encontrada em vários tipos de habitat como locais abertos com vegetação rasteira, dunas, prados floridos, terrenos baldios, orlas de florestas, zonas montanhosas, até aos 1500 metros de altitude. Distribui-se pela América do Norte e Central, Colômbia, estendendo-se até algumas regiões da Europa como as ilhas dos Açores e da Madeira, Ilhas Canárias e por vezes o sul de Portugal.

. Período de voo: Voa de Maio a Novembro, em várias gerações. Na Primavera migra para norte para iniciar uma nova colonização.











. Alimentação: A lagarta nos últimos instares do seu crescimento é preta com finas riscas amarelas anelares entre os segmentos do corpo, juntamente com pintas vermelho-escuro espalhadas pelo corpo e duas filas de pintas brancas sobre o dorso, que é revestido de pequenos espinhos negros ramificados. A lagarta constrói pequenos ninhos ou abrigos nas folhas de que se alimenta, tecendo vários fios de seda. Alimenta-se de vários tipos de plantas entre as quais; Gnaphalium, Anaphalis, Antennaria, Artemesia da família Asteraceae, Alcea rosea da família Malvaceae, entre outras. Na fase da metamorfose a lagarta tece um ponto de seda numa folha da planta hospedeira onde se prende de cabeça para baixo para se transformar em crisálida.
















. Observação importante: O adulto hiberna nos meses mais frios. Existem cerca de 20 espécies do género Vanessa.