Este blog é dedicado a todos os amantes da Natureza e ao público em geral. Mas principalmente aqueles que se interessam pelo fascinante mundo dos Lepidópteros (Borboletas). Além de tudo, este blog é um guia onde o leitor poderá conhecer e identificar as mais variadas espécies de borboletas existentes um pouco por todo o mundo.

domingo, 31 de janeiro de 2016

DOLESCHALLIA BISALTIDE - (Cramer, 1777)


. Características: Vulgarmente conhecida por "borboleta-folha" ou "folha-de-Outono", esta borboleta pertence á família dos Ninfalídeos (Nymphalidae). As suas asas são de cor castanho-alaranjado, clareando para o amarelo junto á zona sub-apical das asas anteriores. A zona apical é negra com duas ou três pintas brancas na sua extremidade, e uma faixa oblíqua amarela a meio da margem costal. A face inferior das asas apresenta um padrão semelhante ao de uma folha seca, com uma nervura acentuada no seu centro e alguns ocelos dissimulados, juntamente com pequenas manchas brancas junto á zona discal. Ambos os sexos são idênticos. A sua envergadura varia entre os 7,5 e os 8,5 cm de comprimento.


. Habitat: Pode ser encontrada nas clareiras e orlas das florestas, bem como em caminhos, pequenas pedreiras e margens de rios, onde por vezes é encontrada pousada a sugar os sais minerais existentes no solo húmido. Estende-se desde a Índia, Sudeste Asiático e Nordeste de Austrália, até aos 1400 metros de altitude.

. Período de voo: Pode ser vista durante quase todo o ano. O seu voo é rápido e direto. Quando perturbada, levanta voo e dirige-se para um local seguro onde pousa de asas fechadas, camuflando-se no meio que a rodeia.











. Alimentação: As lagartas quando atingem o seu último estágio de crescimento são de cor negra, com numerosos espinhos ramificados negro-azulados e apresentam várias riscas brancas dispostas longitudinalmente sobre o corpo. Apresentam também várias pintas de cor laranja em redor dos estigmas. Alimentam-se de Artocarpus, Asystasia gangética, Pseuderanthemum, Calycanthus, Ruellia, Girardina, Strobilanthus e Graptophyllum. Na fase da metamorfose fixa-se de cabeça para baixo na planta hospedeira, para aí se transformar em crisálida e posteriormente no inseto adulto.







 . Observação importante: Existem cerca de 26 subespécies do género Doleschallia.








domingo, 24 de janeiro de 2016

MIMETISMO E CAMUFLAGEM: UM MÉTODO DE DEFESA


. As borboletas são conhecidas pela sua beleza, formas e cores peculiares, que exibem nas suas asas. Uma das mais notáveis características observadas nestes insetos, é o mimetismo ou a camuflagem. Prática na qual um inseto copia a aparência de outros insetos, tóxicos ou de sabor desagradável para os predadores, ou ou se confunde camuflando-se com o meio que o rodeia, para sobreviver ao jogo da seleção natural. Abaixo seguem alguns exemplos no mundo dos Lepidópteros:



. A borboleta vice-rei (Limenitis archippus) representada á esquerda da imagem, imita a borboleta-monarca (Danaus plexippus) á direita. A borboleta-monarca possui um gosto desagradável, e quando as aves ou outro predador a comem vomitam-na. A borboleta vice-rei para não ser comida, ao longo de milhões de anos de evolução, foi adquirindo as mesmas cores da borboleta-monarca, fazendo-se passar por esta, com o intuito de não ser comida além de não ser tóxica.



. Algumas lagartas do género Papilio, ostentam um mimetismo muito interessante. Na região próximo da cabeça exibem duas manchas circulares que se parecem com olhos, e desenhos ao longo do corpo semelhantes a escamas. Somado a isto, possuem também um órgão bifurcado situado atrás da cabeça chamado de osmetério, que projetam para fora do corpo quando se sentem ameaçadas, fazendo lembrar uma língua de cobra. Certamente que alguns predadores devem hesitar em atacar mediante este ato defensivo.

. Por vezes estas imitações são levadas ao extremo, como esta crisálida da espécie Dynastor darius, que se assemelha na perfeição a uma cobra pronta a atacar, balançando violentamente o corpo quando se sente ameaçada. Um mimetismo muito incomum na fase pré-adulta. Encontra-se na Colômbia, Argentina e Brasil.



. As semelhanças são incríveis...



. A borboleta Caligo memmon possui dois grandes ocelos em forma de olhos, na face inferior das asas posteriores, fazendo lembrar os olhos de um grande predador como a coruja.




. A borboleta tropical Coenophlebia archidona oriunda das florestas do Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador e Peru, tem manchas prateadas na face inferior das suas asas que se parecem com fungos, fazendo-a parecer uma folha morta. É nas folhas caídas em decomposição, que ela gosta de se camuflar.



. A borboleta nocturna Phalera bucefhala fica praticamente invisível quando está pousada num ramo ou tronco de árvore, pois o seu padrão e forma são idênticos.



. O mesmo sucede com outras espécies...






. A borboleta nocturna (Aegeria apiformis) mas de hábitos diurnos, evolui de tal forma, que facilmente se confunde com uma vespa, enganando assim os seus predadores.







domingo, 17 de janeiro de 2016

LEXIAS PARDALIS - (Moore, 1878)



. Características: Esta espécie pertence á família dos Ninfalídeos (Nymphalidae) e possui um acentuado dimorfismo sexual entre os dois sexos. Assim, o macho desta espécie possui a face superior das asas de cor negro aveludado, com uma faixa de manchas azul-esverdeada com reflexos violáceos, junto á margem externa das asas posteriores, e que se estendem até ás anteriores. Também nas asas anteriores possui pequenas pintas esbranquiçadas ou amareladas junto á margem costal. A face inferior é de cor ocre com manchas esbranquiçadas. A fêmea por sua vez , possui asas castanho-escuras, com numerosas manchas branco-amareladas, igualmente como no seu corpo. A face inferior é cinza-azulado nas asas posteriores e esverdeada nas anteriores com várias manchas brancas. A sua envergadura varia entre os 8 e os 9 cm de comprimento.



. Habitat: Habita as florestas tropicais e subtropicais do Sul e Sudeste da Ásia. Prefere caminhos, clareiras e orlas de florestas, onde é facilmente avistada em áreas ensolaradas junto ao chão da floresta. Tem por hábito pousar em locais húmidos para absorver os sais mineralizados, bem como alimentar-se de frutos em decomposição e outras matérias orgânicas aí existentes.


. Período de voo: Voa durante todo o ano em várias gerações.













. Alimentação: A lagarta nos primeiros dias de vida possui uma coloração castanho-alaranjada, com vários tubérculos e pelos de cor preta. Á medida que vai crescendo os tubérculos vão-se tornado mais claros, alongando-se e transformando-se em vários espinhos ramificados de pontas negras. Ao fim de várias mudas, e atingindo o seu crescimento máximo, os espinhos ramificados estão dispostos horizontalmente de forma simétrica e circular sobre o corpo. A sua cor passou do acastanhado para o verde, com espinhos verde-azulados de pontas amarelas, adotando assim um aspeto muito peculiar e dissimulado, camuflando-se na perfeição no meio da vegetação. Alimenta-se de Cratoxylum formosum e Cratoxylum cochinchinense. Na fase da metamorfose prende-se á planta hospedeira de cabeça para baixo através de um "gancho" de seda que tece.













. Observação importante: A sua espiritrompa é de cor vermelha. Existem cerca de 17 subespécies do género Lexias.