Este blog é dedicado a todos os amantes da Natureza e ao público em geral. Mas principalmente aqueles que se interessam pelo fascinante mundo dos Lepidópteros (Borboletas). Além de tudo, este blog é um guia onde o leitor poderá conhecer e identificar as mais variadas espécies de borboletas existentes um pouco por todo o mundo.

domingo, 29 de novembro de 2015

ORNITHOPTERA PRIAMUS - (Linnaeus, 1758)


. Características: Esta belíssima "esmeralda voadora" pertence á família dos Papilionídeos (Papilionidae), e está entre as maiores, mais exóticas e mais belas borboletas do mundo. É uma espécie que possui dimorfismo sexual, ou seja, existem diferenças acentuadas entre os dois sexos. Assim, os machos desta espécie possuem um belo verde-esmeralda iridescente, com duas grandes manchas oblíquas nas asas anteriores, enquanto nas asas posteriores possuem três ou quatro pintas pretas num fundo verde e franjas douradas na margem interna das asas, por onde exalam odores durante o cortejamento das fêmeas. A face inferior é negra com manchas verdes-azuladas e amarelas e nervuras pretas. O seu abdómen é amarelo-vivo e possui uma mancha avermelhada na zona lateral do tórax. As fêmeas por sua vez, são maiores que os machos e menos coloridas, possuindo asas castanho-escuras com pequenas manchas esbranquiçadas. Nas asas posteriores estas manchas são amareladas com pintas negras no seu centro. A face inferior é idêntica á superior. A sua envergadura varia entre os 15 cm nos machos e 20 cm nas fêmeas. Existe uma grande variedade de subespécies deste grupo, com padrões que vão desde o verde, dourado, passando pelo laranja e o azul.


. Habitat: Habita as florestas tropicais da Nova Guiné, Ilhas Molucas e Norte de Austrália, até aos 800 metros de altitude.

. Período de voo: Pode ser vista em maior número entre os meses de Dezembro até Maio. Os machos são territoriais e podem ser vistos ao longo das margens dos rios ou nas clareiras das florestas, a patrulhar o seu território defendendo-o de possíveis rivais ou procurando por fêmeas.















. Alimentação: A lagarta é castanho-escura quase negra, apresentando numerosos tubérculos carnudos pontiagudos, que são de cor vermelha nas pontas, possuindo também dois tubérculos de cor branco a meio do corpo. Como todos os Papilionídeos, apresenta um órgão bifurcado chamado de osmeterium logo atrás da cabeça, que faz sobressair sempre que se sente ameaçada. Alimenta-se de plantas da família das Aristolochiaceae como; Aristolochia acuminata, Aristolochia clematitis, Aristolochia deltantha, Aristolochia dielsiana, Aristolochia griffithii, Aristolochia indica, Aristolochia kaempheri, Aristolochia praevenosa, Aristolochia schlechteri, Aristolochia tagala. Na fase da metamorfose a lagarta tece uma cinta de seda onde se prende á planta hospedeira para se transformar em crisálida.









. Observação importante: Como outras subespécies do género ornithoptera, esta também é uma espécie ameaçada ou vulnerável, tanto pela perda do habitat como pela captura e venda ilegal. Agora é uma espécie protegida e está listada no Apêndice II da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens).







domingo, 22 de novembro de 2015

ORNITHOPTERA ALEXANDRAE - (Rothschild, 1907)


. Características: Vulgarmente conhecida como "Asa-de pássaro Rainha Alexandra", esta exótica e rara borboleta pertence á família dos Papilionídeos (Papilionidae), e é considerada a maior borboleta diurna do mundo. A espécie foi nomeada em 1907 pelo barão Lionel Walter Rothschild, em honra á rainha Alexandra, esposa de Eduardo VII do Reino Unido. O primeiro europeu a descobrir a espécie foi Albert Stewart Meek, em 1906, empregado por Walter Rothschild para coletar espécimes para a história natural de Papua-Nova Guiné.
Esta é uma espécie que possui dimorfismo sexual, ou seja, existe diferenças acentuadas entre os dois sexos. Assim, o macho é mais pequeno e mais colorido em relação á fêmea. As suas asas são menos amplas e oblongas, de cor negra com manchas azuis e verdes iridescentes, com nervuras negras. O seu abdómen é de cor amarelo-vivo. A fêmea por sua vez é maior e menos colorida, possuindo asas castanho-escuras, com manchas branco-creme, que se prolongam até ás nervuras. Exibe ainda uma mancha vermelha na parte inferior do tórax e um abdómen de cor amarelo pálido ou creme. A sua envergadura varia entre os 17 e os 20 cm nos machos, e os 27 a 30 cm nas fêmeas. Possui um comprimento de corpo até 8 cm e um peso corporal que pode chegar aos 12 gramas no caso das fêmeas.




. Habitat: Habita as florestas tropicais da Nova Guiné, até aos 900 metros de altitude.

. Período de voo: De Junho a Setembro. Pode ser vista a sobrevoar a copa das árvores em busca de parceiro ou a patrulhar o seu território defendendo-o de possíveis rivais, descendo até ao solo para se alimentarem do néctar das flores ou para colocar os ovos nas plantas hospedeiras.


















. Alimentação: As lagartas são negras com tubérculos pontiagudos vermelhos e uma mancha branco-creme a meio da zona dorsal.. Alimenta-se de Pararistolochia dielsiana e Pararistolochia schlecteri. Estas plantas produzem substâncias tóxicas das quais as lagartas se alimentam, tornando-se assim também tóxicas. N afase da metamorfose a lagarta prende-se com uma cinta de seda á planta hospedeira para se transformar em crisálida.













. Observação importante: Esta é uma espécie ameaçada, tanto pela perda de habitat como pela sua venda ilegal. Em 1951 grandes extensões de florestas foram destruídas pela erupção vulcânica do Monte Lamington. Actualmente a principal causa pela perda do seu habitat, é a expansão da indústria do óleo de palma, agravado pelo desenvolvimento de plantações de borracha e cacau.

Em 1966 o governo de Papua Nova Guiné implantou medidas de protecção á espécie, proibindo e controlando a sua venda internacional, reduzindo assim a sua comercialização. Mas a sua  captura ilegal por parte de coleccionadores sem escrúpulos, continua a ameaçar a espécie. Actualmente o governo forneceu ajuda financeira para as comunidades locais para desenvolverem viveiros destas borboletas. Estas fazendas licenciadas pretendem negociar de forma sustentável borboletas selvagens, proporcionando ao mesmo tempo ás comunidades locais, com uma renda adicional, melhorar as perspectivas de sobrevivência a longo prazo de muitas espécies de borboletas raras. Além disso, uma grande área de gestão e protecção á vida selvagem foi criada, protegendo assim a espécie.
A Ornithoptera alexandrae está listada no Apêndice I da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas) e na IUCN (Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais das Espécies ameaçadas).









domingo, 15 de novembro de 2015

ATTACUS ATLAS - (Linnaeus, 1758)



. Características: A borboleta Atlas é uma borboleta de grandes dimensões e pertence á família dos Saturnídeos (Saturniidae). Esta borboleta é considerada uma das maiores do mundo, pois a largura das suas asas supera a de qualquer outra espécie. Uma das características desta espécie é a forma alongada do ápice ou ponta das asas anteriores. Exibe um bonito padrão de cor castanho-avermelhado, maravilhosamente desenhado com riscas e manchas sombreadas de cor branco, preto, amarelo e castanho-violáceo ou rosado. No centro das quatro asas apresenta uma mancha triangular, brilhante, e que reflete a luz, servindo supostamente para confundir ou assustar os predadores. O seu corpo é peludo, castanho-avermelhado com faixas brancas. Os machos diferenciam-se das fêmeas por possuírem as antenas pectinadas mais largas, uma coloração um pouco mais escura, e por serem mais pequenos. As fêmeas por sua vez, são maiores e mais pesadas em relação aos machos, o tom das suas asas é mais claro e o seu corpo é mais volumoso e arredondado. A sua envergadura vai desde os 23 cm podendo chegar aos 30 cm de comprimento.



. Habitat: Habita as florestas tropicais e subtropicais do Sudeste Asiático, incluindo as ilhas, até uma altitude que pode chegar aos 1500 metros.


. Período de voo: Pode ser vista durante todo o ano, mas é mais abundante durante os meses de Novembro a Janeiro. Por possuírem grandes asas em relação ao corpo, e por serem pesadas, estas borboletas não voam grandes distâncias, principalmente as fêmeas que são maiores.






















. Alimentação: As lagartas nos primeiros instares de vida são brancas cobertas por várias protuberâncias alongadas semelhantes a espinhos moles. A sua cor branca provem de uma substância cerosa que cobre o corpo da lagarta. Á medida que vão crescendo, vão-se tornando verde-azuladas, com pequenos espinhos pretos na zona lateral do corpo, e uma mancha circular alaranjada no último par de patas. Alimentam-se de ; Muntingia calabura, Annona murricata, Cinnamomum verum, Nephelium lappaceum, Psidium guajava, Sandoricum indicum e Citrus sp. Na fase da metamorfose constroem um casulo de seda de cor acastanhado entre as folhas da planta hospedeira.














. Observação importante: Em média estas borboletas vivem apenas entre 5 a 7 dias. Como não têm aparelho bucal não se podem alimentar, por isso vão gastando as energias acumuladas enquanto eram lagartas. A sua única função é a reprodução para a continuação da espécie. Na Índia, esta espécie é por vezes criada em cativeiro para aproveitar a seda dos casulos que as lagartas produzem. Esta seda de cor castanho-amarelada é conhecida vulgarmente por "Fagara" e é bastante resistente, sendo produzida artesanalmente, é de pouca importância económica. Em Taiwan, os casulos são aproveitados para serem utilizados como porta-moedas, depois de os adultos eclodirem.